O sentido do silêncio

Há coisas que são difíceis de serem ditas não é mesmo? Quem é que nunca passou por aquela experiência de não saber o que dizer? Sabe por que isto acontece? Porque na maioria das vezes as coisas não precisam da fala, não precisa ser explicada, a vivência basta.

Um elemento da música que sempre esquecemos, é o silêncio, aquele silêncio que nos remete á um pensamento, a uma lembrança, ou que simplesmente serve para respirarmos. Somos seres simbólicos e usamos de gestos para expressarmos. É preciso entender que a pausa, o som baixo, o murmúrio é música, que nos remetem á uma experiência que cativa toda a nossa percepção da vida, do outro, de Deus.

Na maioria dos ambientes que freqüentamos o que predomina é o barulho, o som, a altura, alguns elementos da música que se forma também com a presença e concepção de silêncio. Em nossas comunidades motivamos o movimento, a falas e cantos altos que muita das vezes nos bloqueiam ao encontro com Cristo e com o outro.

Perdemos a capacidade de prestar atenção, na celebração tem alguém que a todo tempo nos informa o que se passa, como se o mistério, se a presença não fosse o suficiente. Quem se propõe a cantar a liturgia deve estar ciente que o povo é ativo e não passivo, que a comunidade tem que ser conduzida a participar, e que o gesto, a postura, a maneira de pronunciar, é muito significativo e valem mais que todo o comentário.

Por Marilza Bonifácio

Fé e justiça sempre

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